A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado aprovou nesta terça-feira (4) sua primeira série de requerimentos, que incluem convites para que autoridades prestem depoimentos. Entre os nomes solicitados estão ministros de Estado, governadores, secretários e os dirigentes da Polícia Federal (PF) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Os pedidos foram apresentados pelo relator Alessandro Vieira (MDB-SE). A comissão, instalada nesta manhã, elegeu como presidente o senador Fabiano Contarato (PT-ES) e para vice-presidência Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
Após a eleição da diretoria, o relator apresentou seu plano de trabalho e sete pedidos de convocação. Foram aprovados os ouvimentos dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Defesa, José Múcio. Requerimentos de informação dirigidos a ambos os ministros também foram autorizados.
Outros convidados incluem o diretor de Inteligência Policial da PF, Leandro Almada da Costa; o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glautter de Azevedo Morais; além de especialistas e jornalistas investigativos.
Vieira sugeriu a audiência de governadores de dez estados e do Distrito Federal, com seus respectivos secretários de segurança. A lista inclui unidades da federação com diferentes perfis de criminalidade, como São Paulo e Rio de Janeiro (considerados bases territoriais de facções), Amapá, Bahia e Pernambuco (com maiores números de mortes violentas), Ceará e Alagoas (com maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes), Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná (com baixos índices de violência) e o Distrito Federal (sede do poder político e econômico).
O plano de trabalho do relator estabelece temas que devem orientar os debates da comissão, como ocupação territorial, lavagem de dinheiro, sistema prisional, corrupção, rotas do crime, atuação de facções, integração entre órgãos e Forças Armadas, prevenção e repressão, e orçamento da segurança pública.
“Os requerimentos aprovados hoje mostram claramente que não é uma CPI ‘chapa branca’. Estamos convidando governadores da base do governo federal e da oposição. Estamos trazendo o ministro da Defesa, o ministro da Justiça, e seus assessores. Porque a responsabilidade é de todos e é uma matéria muito séria”, declarou Vieira a jornalistas após a reunião.
O relator também propôs, com aval da CPI, solicitar ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a análise em regime de urgência de propostas sobre segurança pública aprovadas no Senado Federal.













