O delegado Arthur César, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, apresentou nesta terça-feira (21) um balanço dos casos de homicídio de mulheres registrados em Alagoas desde o início de outubro, destacando uma alteração no perfil das vítimas.
De acordo com o gestor policial, o período tem despertado atenção das autoridades pela mudança no padrão dos crimes. “Quando o perfil muda, e mulheres passam a ser as vítimas, isso realmente chama atenção e preocupa”, afirmou o delegado, que mencionou estar habituado a investigar homicídios de “homens jovens, pardos e periféricos”.
Entre os casos citados está a morte de Luana Menezes, localizada sem vida em 10 de outubro em sua residência no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, com um tecido enrolado no pescoço. As investigações consideram múltiplas hipóteses, incluindo a possibilidade de feminicídio, aguardando resultados periciais para conclusão do inquérito.
Outro caso mencionado foi o de Ketyni Maria Gomes da Silva, falecida por asfixia provocada pelo ex-companheiro em 11 de outubro. Segundo o delegado, o suspeito apresentou-se espontaneamente após o crime e foi preso em flagrante, com o processo já encaminhado ao Poder Judiciário.
Arthur César acrescentou que a delegacia também apura óbitos de mulheres vinculadas a organizações criminosas e tráfico de entorpecentes, esclarecendo que “há registros de crimes que não têm relação com o fato de as vítimas serem mulheres, mas sim com disputas internas entre facções”.
O delegado enfatizou a atuação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar no enfrentamento à violência e reforçou a importância de denúncias pelo Disque 181, canal que auxilia na elucidação de crimes e na prisão de investigados.