O ministro Luiz Fux, do STF, relembrou nesta terça-feira (21/10) um episódio envolvendo o PSDB ao debater a lisura das urnas eletrônicas durante o julgamento do núcleo 4 da chamada trama golpista.
Fux recordou que, em 2014, após a vitória de Dilma Rousseff (PT), o candidato derrotado, Aécio Neves (PSDB), pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma auditoria especial do resultado do pleito. Na época, o partido justificou o pedido como uma forma de tranquilizar eleitores que levantavam dúvidas nas redes sociais.
Dirigindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, Fux traçou um paralelo entre o pedido do PSDB e as alegações de fraude feitas anos depois por Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
“Vossa Excelência sabe, e eu sei também, que não se trata da primeira vez que um candidato à Presidência provoca o TSE quanto à regularidade das eleições. Em 30 de outubro de 2014, […] aquela corte eleitoral [o TSE] foi instada pelo partido do candidato derrotado à realização de uma auditoria especial”, disse Fux.
O ministro completou, destacando a postura do TSE: “Em vez de rejeitar de plano ou criminalizar qualquer coisa, ou impor uma multa bilionária, e qualificá-la como ataque às instituições democráticas, o TSE tomou a sábia decisão de autorizar a auditoria e, posteriormente, apresentar seus resultados à sociedade, indicando não ter sido encontrada nenhuma fraude”.