A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) dobrou a recuperação de valores devidos à União e ampliou o cerco contra fraudes fiscais milionárias. Entre 2020 e 2024, o montante resgatado saltou de R$ 25 bilhões para mais de R$ 60 bilhões, um aumento de 140%, segundo dados obtidos pelo Metrópoles.
Somente no primeiro semestre de 2025, foram recuperados R$ 29 bilhões, recorde na série histórica. A projeção é que ao final do ano o valor seja de mais de R$ 70 bilhões.
Na prática, isso significa mais dinheiro entrando nos cofres públicos para bancar saúde, educação, obras e programas sociais. São recursos que, antes, ficariam parados em processos ou escondidos em esquemas de fraude, explica o coordenador-geral de estratégia de recuperação de créditos, Gabriel Gonçalves.
De acordo com ele, todo resultado recuperado vai para o caixa do governo, possibilitando a execução de políticas públicas, como o Minha Casa, Minha Vida, por exemplo. Gonçalves afirmou que os créditos recuperados de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vão direto para a conta dos trabalhadores.
“É realmente o valor do dinheiro monetário sendo recuperado e disponibilizado, no caso da FGTS, dos trabalhadores, e no caso dos créditos fiscais, sendo disponibilizado para o Tesouro Nacional e para o governo federal executar políticas públicas”, disse.
O salto nos valores recuperados é resultado de uma nova forma de atuação da PGFN. O órgão passou a usar inteligência artificial, cruzamento de dados e investigações conjuntas com outros órgãos para rastrear empresas e empresários que tentam esconder patrimônio ou criar negócios de fachada para fugir dos impostos.
O coordenador explicou que o investimento em tecnologia foi fundamental para expandir as apurações da pasta, facilitando o bom uso dos dados em prol do combate a sonegação.
As ações fazem parte do Sistema de Recuperação de Créditos (SRC), um conjunto de estratégias que criou o que a PGFN chama de “risco fiscal”. Com mais controle e punições mais rápidas, muitos contribuintes acabam se mobilizando para negociar as dívidas.
Fonte: Metrópoles