O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou que o Senado deve votar, em até 30 dias, o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil. Na condição de presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e relator da proposta, Renan garantiu que dará prioridade máxima à tramitação da matéria.
Durante o anúncio, o senador fez duras críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acusando-o de transformar a proposta em “instrumento de chantagem política”. Segundo ele, apesar de contar com o apoio de 85% da população, o projeto ficou travado por sete meses na Câmara por conta de interesses da Mesa Diretora.
Em sua fala, Renan afirmou que a isenção precisa entrar em vigor já em 2026, sem interferências políticas ou barganhas. “A CAE vai dar prioridade absoluta à isenção do IR. Quero que essa medida vigore já em 2026, sem ser usada em chantagens ou como moeda de troca”, declarou, criticando também o papel do governo federal no impasse.
Com o objetivo de acelerar a análise da proposta, Renan anunciou a realização de audiências públicas nos dias 14, 16, 21 e 23 de outubro para debater os impactos da medida. Segundo ele, cerca de 15 milhões de brasileiros serão beneficiados, o que deve resultar em estímulo ao consumo e alívio financeiro para famílias de baixa e média renda.
A proposta, se aprovada, permitirá que pessoas com rendimento de até R$ 5 mil mensais deixem de pagar imposto de renda, o que pode representar um ganho de centenas de reais por mês. “Isso vira consumo, pagamento de contas, comida na mesa. É justiça tributária”, afirmou o senador.
A ofensiva de Renan ocorre em meio ao acirramento da rivalidade política com Arthur Lira, seu adversário histórico em Alagoas. O embate, que começou no cenário regional, tem se intensificado e ganhado projeção nacional. Enquanto Lira busca manter controle sobre pautas econômicas, Renan tenta se consolidar como protagonista de uma das principais promessas do governo Lula.
A expectativa é que o projeto seja levado ao plenário do Senado e votado ainda no mês de novembro.