A missão brasileira em Portugal, liderada pelo Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Comunicação (CNSECOM), concentra neste domingo (12/10) a observação direta das eleições autárquicas. O objetivo principal é retornar ao Brasil com soluções testáveis para que governos estaduais e prefeituras enfrentem a desinformação, fortaleçam a confiança e melhorem a prestação de serviços públicos.
O vice-presidente do CNSECOM e secretário de Comunicação de Alagoas, Wendel Palhares, resumiu o foco da missão: “Comunicação pública é tecnologia de confiança. Observar as eleições em Portugal é aprender, no terreno, como Estado, universidades e imprensa organizam respostas a boatos, moderam o debate e entregam informação útil ao cidadão.”
A comitiva busca identificar protocolos reaplicáveis, como rotinas de checagem, painéis de monitoramento e formatos de aviso que reduzam o ruído e otimizem os custos públicos. Um foco explícito é o uso responsável da Inteligência Artificial (IA) generativa para comunicação de serviço e o mapeamento de narrativas de desinformação em dia de voto.
A iniciativa integra a preparação do I Summit de Comunicação Pública Lisboa–Brasil, marcado para 13 e 14 de novembro, na Universidade de Lisboa, que abrirá um ciclo de seminários internacionais CNSECOM–ISCSP. Em reciprocidade, o CNSECOM convidará pesquisadores portugueses a observar as eleições presidenciais brasileiras de 2026.
A doutora em ciência política Luciana Santana (UFAL) destacou que, embora os sistemas sejam diferentes (Portugal unitário, Brasil federativo), os padrões de comportamento e a circulação de desinformação dialogam, reforçando a importância da parceria entre governos e a academia.