O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), tem adotado uma postura ativa para reduzir a dependência da população em relação ao programa Bolsa Família, promovendo o acesso ao mercado de trabalho formal. A estratégia envolve ações de busca ativa e uso de vídeos nas redes sociais para conscientizar e incentivar os beneficiários a aceitarem oportunidades de emprego.
Entre as principais iniciativas, destacam-se visitas domiciliares realizadas por equipes da prefeitura, que apresentam vagas de trabalho e auxiliam os beneficiários na inserção profissional. De acordo com a gestão municipal, essas ações têm contribuído para a redução no número de famílias cadastradas no programa, além de permitirem a identificação de casos de irregularidades no recebimento do benefício.
Desde o início de 2025, uma lei municipal passou a punir com multa de R$ 7,2 mil pessoas que utilizam informações falsas para acessar o Bolsa Família. Além disso, a legislação autoriza que esses beneficiários sejam incluídos em programas de emprego e qualificação, dando respaldo legal às medidas adotadas após as eleições municipais de 2024.
A força-tarefa teve início com o foco em homens de 18 a 40 anos que declaravam morar sozinhos — grupo onde foram encontradas mais suspeitas de fraude. Em casos de inconsistência nos dados ou ausência nos endereços informados, os cadastros podem ser suspensos e, posteriormente, cancelados após apuração mais detalhada.
Com a alegação de que “quem tem saúde deve trabalhar”, Siqueira afirma que a prefeitura tem cortado sistematicamente beneficiários aptos ao mercado. Para facilitar a transição ao emprego, o município oferece suporte como elaboração de currículos, exames admissionais e até transporte no primeiro dia de trabalho. Apesar disso, o Bolsa Família permite que pessoas com renda de até R$ 218 por pessoa continuem no programa, mesmo que estejam empregadas — o que não invalida automaticamente sua permanência no benefício.