A exportação de carne bovina in natura do Brasil atingiu um novo recorde em setembro, superando a melhor marca anterior registrada em julho deste ano. Segundo dados divulgados na última segunda-feira (7) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o país exportou 314,7 mil toneladas no mês, o que representa um aumento de 25,1% em relação a setembro de 2024.
Apesar das tarifas impostas pelos Estados Unidos em agosto — que até então eram o segundo maior destino da carne brasileira — o Brasil conseguiu manter o ritmo de crescimento nas exportações. O bom desempenho se deve, principalmente, à ampliação das vendas para outros mercados, como o México, conforme destacou a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) em setembro.
Outro fator que impulsionou os resultados foi o aumento das exportações para a China, atualmente o principal comprador da carne bovina brasileira. A forte demanda global pela proteína tem favorecido o país, mesmo diante das mudanças no cenário comercial provocadas por barreiras tarifárias e instabilidades na produção de outros grandes exportadores, como os Estados Unidos.
Em julho, antes da entrada em vigor das novas tarifas impostas por Donald Trump, o Brasil havia exportado 276,9 mil toneladas de carne bovina — até então, o recorde mensal. No mês seguinte, já com os efeitos das tarifas, os embarques caíram para 268,6 mil toneladas.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que, mesmo com a tarifa total de 76,4% aplicada pelos EUA (somando 50% adicionais à alíquota anterior de 26,4%), ainda existem exportações para o país. Isso se deve à competitividade da carne brasileira, principalmente em cortes de maior valor agregado e contratos firmados anteriormente. A Secex também divulgou, na mesma ocasião, dados de exportação de outros produtos do agronegócio.