Embora seja considerado um aliado, a escolha do senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da reforma do Imposto de Renda (IR) no Senado Federal tem gerado preocupação nos bastidores do Palácio do Planalto.
A avaliação geral dos auxiliares de Lula é positiva em relação à experiência e moderação de Renan. No entanto, o temor se concentra na relação conflituosa do senador alagoano com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que foi o relator do projeto na Casa Baixa.
Integrantes da articulação política do governo temem que essa rivalidade pessoal possa atrasar a tramitação da proposta, que é uma prioridade e visa aumentar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.
O principal receio é que eventuais alterações promovidas por Renan no texto do Senado obriguem a matéria a retornar para a Câmara dos Deputados. Esse “vai e volta” burocrático, alimentado pela disputa política entre os líderes alagoanos, atrasaria significativamente o envio da proposta para a sanção presidencial.
Integrantes do Planalto sustentam que o governo não articulou o nome de Renan para a relatoria. A escolha teria sido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que a anunciou nesta terça-feira (7/10).