Os bastidores da educação superior em Alagoas estão em efervescência: o desembargador Orlando Rocha Filho, prestes a se aposentar compulsoriamente aos 75 anos, desponta como o favorito para assumir o cargo de Reitor do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac), mantido pela Fundação Educacional Jayme de Altavila (Fejal).
A movimentação é vista como uma transição estratégica em uma das instituições mais poderosas e rentáveis do estado.
O Caminho para a Reitoria
Orlando Rocha Filho possui um histórico dentro do Cesmac, onde já atuou na direção da unidade de Arapiraca, sendo reconhecido por sua capacidade de articulação e conhecimento jurídico. Fontes internas da fundação afirmam que sua escolha é tida como “natural” e que o caminho para a sucessão está sendo pavimentado.
O atual reitor, João Sampaio Filho, segue no comando, mas seu mandato deve se encerrar nos próximos dois ou três anos.
Em maio de 2024, um encontro entre o desembargador (no exercício da Presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas) e o corpo diretivo do Cesmac, divulgado na época como visita institucional, hoje é interpretado como um gesto simbólico de alinhamento político e interesse mútuo.
Influência Política e Disputas Silenciosas
O peso político de Orlando Rocha Filho é inegável: ele é irmão da prefeita de Pilar, Fátima Resende, e de Renato Resende, esposo da deputada estadual Fátima Canuto. Com essa base familiar e forte presença política, ele chega com capital simbólico e apoio de bastidores.
Outro ponto de tensão é a possível tentativa da Prefeitura de Maceió de garantir um assento no Conselho da Fejal, movimento que, segundo fontes, não agradou a todos e promete acirrar as disputas internas.
Um ex-dirigente da instituição foi enfático sobre o valor do Cesmac: “Essa instituição é uma mina de dinheiro — vale mais que ouro. A filantropia passa longe.” Vale lembrar que o prédio principal da instituição foi doado pelo Governo do Estado e a Fejal recebeu diversos benefícios fiscais.
A disputa pelo controle da instituição, que tem diversas autoridades alagoanas em seu corpo docente, é vista como uma questão que transcende o âmbito acadêmico, envolvendo influência em vários setores da sociedade.
Fonte: DDD82