“Ela era amor, paz, sabedoria e tranquilidade.” Foi com essas palavras que a assistente social e professora universitária, Cinthya Cybelle, descreveu Rosimere Maria de Oliveira, de 37 anos. A mulher foi assassinada a tiros pelo ex-marido, Ednaldo Lima, conhecido como Ednaldo do Celular, no último sábado (27), em Delmiro Gouveia, no Alto Sertão de Alagoas.
A morte de Rosimere não representou apenas o fim de uma vida, mas também o rompimento de sonhos e trajetórias. Filha, mãe, estudante e profissional dedicada, ela cursava o 8º período de Serviço Social na Uniasselvi e era lembrada com carinho por todos que a conheciam.
Cinthya, que foi sua professora, recorda com emoção a postura da aluna em sala de aula: “Era doce, meiga, calma, tranquila, passiva e muito resiliente.” Ela também destacou o brilho nos olhos de Rosimere e o comprometimento com os estudos, além de sua inteligência e empenho constantes.
Uma das lembranças mais marcantes para a professora foi o gesto de acolhimento que recebeu da aluna em um dia difícil. “Rosimere foi a primeira a se levantar para me abraçar e se ofereceu para me levar para casa. Durante o trajeto, conversamos bastante. Ela sempre esteve pronta para cuidar do outro.”
Na terça-feira (30), amigos, colegas e professores prestaram uma homenagem à memória de Rosimere. Reuniram fotos e promoveram uma roda de conversa na turma. “Foi um momento de refletir sobre quem ela foi, e reafirmar que sua presença permanece entre nós”, declarou Cinthya. Em sala, ao fazer a chamada, a professora fez questão de dizer: “Presente. Porque é assim que ela continuará.”
Além da dor causada pela perda, Cinthya aproveitou o momento para fazer um alerta. Para ela, o crime é também um chamado à consciência sobre os riscos vividos por mulheres em relacionamentos abusivos. “Se ela tivesse falado comigo… se eu soubesse, teria ajudado”, lamentou.
Em sua fala, a professora também direcionou uma mensagem a outras mulheres: “Você não é o que o agressor diz que você é.” E reforçou: “Você é gigante, é capaz! Não aceite menos do que merece. Nós, mulheres, merecemos respeito, dignidade e muito mais.”