O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou seis casos de intoxicação por metanol no estado. Pelo menos três mortes estão sob investigação — duas em São Bernardo do Campo e uma na capital paulista.
De acordo com a Polícia Civil, quatro boletins de ocorrência já foram registrados. Na capital, dois casos estão sendo apurados pelo 78º Distrito Policial. Um outro inquérito, conduzido pelo 48º DP (Cidade Dutra), apura a suspeita de intoxicação de um grupo após o consumo de bebidas supostamente adulteradas.
Em São Bernardo do Campo, os registros foram feitos no 1º DP, no último dia 18. A Secretaria de Saúde do município informou que a Vigilância Epidemiológica recebeu duas notificações de óbitos suspeitos por contaminação com metanol.
O primeiro caso é de um homem de 58 anos, atendido no Hospital de Urgência, que morreu na última quarta-feira (24). O segundo, de um homem de 45 anos, atendido na rede particular, faleceu no domingo (28). Ambos os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), responsável por confirmar ou descartar a causa.
A terceira morte suspeita ocorreu na região da Mooca/Aricanduva, em São Paulo.
Alerta e fiscalização
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu uma recomendação urgente a estabelecimentos do estado, pedindo atenção a sinais de falsificação em bebidas, como lacres irregulares e preços muito abaixo do mercado.
O CVS informou ainda que intensificou a fiscalização em pontos de venda e reforçou o alerta sobre os riscos do consumo de produtos de origem clandestina.
Riscos do metanol
O metanol é um líquido incolor, inflamável e altamente tóxico, utilizado principalmente como solvente. Sua ingestão, mesmo em pequenas doses, pode ser fatal.
No organismo, o composto é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias extremamente nocivas que podem provocar cegueira, acidose metabólica, depressão do sistema nervoso central (com sintomas como sonolência, confusão, convulsões e coma) e até a morte.
Segundo o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), se antes os casos estavam mais relacionados ao consumo de combustíveis por pessoas em situação de rua, atualmente a ingestão tem ocorrido em ambientes sociais, como bares, envolvendo diferentes tipos de bebidas — entre elas, gin, uísque e vodca.