O presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI), fez duras críticas à atuação da direita brasileira nesta sexta-feira (26). Em declaração nas redes sociais, ele afirmou que “já passou de todos os limites a falta de bom senso” entre os setores da centro-direita, direita e extrema-direita, alertando que a fragmentação pode custar a vitória nas eleições de 2026.
Segundo Ciro, o campo político ao qual pertence precisa se reorganizar e buscar unidade. “Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez”, escreveu ele em sua conta na plataforma X (antigo Twitter), sinalizando preocupação com a falta de coesão entre as lideranças conservadoras.
Em seu posicionamento, o senador reforçou que, mesmo com divergências internas, os grupos de direita não podem, na prática, favorecer a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL. Não podemos fazer isso com o Brasil”, afirmou o líder do PP.
O comentário de Ciro ocorreu após a publicação de uma notícia da colunista Andreza Matais, do portal Metrópoles, segundo a qual União Brasil e Progressistas teriam articulado com Jair Bolsonaro (PL) uma possível candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A informação gerou polêmica e dividiu apoiadores da direita nas redes sociais. Tarcísio, por sua vez, negou o apoio formal de Bolsonaro e reafirmou que pretende disputar a reeleição ao governo paulista.
Nos bastidores, Ciro Nogueira se destaca como um dos principais defensores de Tarcísio para a corrida presidencial de 2026, e dentro do PP há articulações para que o próprio senador seja candidato a vice-presidente em uma eventual chapa. No entanto, nas últimas semanas, aliados notaram certo desânimo por parte de Tarcísio diante da desorganização interna da direita, da repercussão negativa da PEC da Blindagem e de pesquisas eleitorais desfavoráveis.
Paralelamente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ao Metrópoles que, caso seu pai não dispute a Presidência em 2026, ele próprio será o candidato da família Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano.