Decano da política alagoana em atividade, 70 anos no lombo, sendo 47 dedicados com quase exclusividade à atividade política, Renan Calheiros chega ao seu derradeiro voo para um tudo ou nada onde muitos erram e ele continua “manobrando” a jogada seguinte.
Veja alguns pontos que confirmam a movimentação eficiente do dinossauro que luta para festejar “bodas de ouro” no “casamento com a política e MUITO MAIS para não ser extinto pela vontade popular. Para se manter na selva de Brasília, Renan está “pagando geral” para jogar com todos. Vibra quando chama Arthur para o ringue, se movimenta como um garoto quando articula contra o Lira, surpreende quando se torna consultor de Davi Alcolumbre, vai além do imaginável ao “punir Isnaldo Bulhões, o líder nacional do MDB e, de maneira sarcástica transformar o “punido” Rafael Brito no responsável pelo Mandado de Segurança protocolado no STF, para anular a votação que ele mesmo (Rafael) votou sim.
Se você acha pouco, trazer Renan Filho para as urnas, em Alagoas, na eleição do próximo ano é a jogada que poucos entendem e quase ninguém compreende. O Ministro mais popular de Lula tem outros planos (talvez pela teoria de Raul Seixas, de que: sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. O prelúdio de Renan confirma que ele precisa jogar com todos e que necessita (sempre) de um inimigo. Ele sabe, mais que todos, que se foi o tempo dos siameses (com Teotonio Vilela Filho). Renan percebeu que aquela paz eleitoral iria mutilar sua longevidade e foi o que aconteceu em 2010 (com Benedito de Lira) e 2018 (com Rodrigo Cunha), nas missões 1 prá lá e 1 pra cá. Foram missões arriscadas, mas muito bem calculadas porque, para o guerreiro das urnas e do tempo, o importante é vencer.
Veja como o 70tão é rápido: menos de uma semana após “advertir” Isnaldo Bulhões eles anunciam R$ 16 milhões para obras de infraestrutura em Rio Largo, o principal campo eleitoral de Arthur Lira. Perceba os movimentos com Isnaldo e Arthur. Não significa que ele esteja peitando o adversário, porque Arthur Lira é pré-candidato ao Senado (kkk).
Assim… Renan segue sendo o principal letrista da política nacional, criando os mais famosos jargões, facilmente chicletados quando o alvo se movimenta deixando brecha. Segue valendo a máxima, da canção POR ENQUANTO, do saudoso Renato Russo:
Mudaram as estações
E nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre, sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar
O que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
E aí então estamos bem
Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
E nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa
…
Fonte: Wadson Regis
