Um dia após ser confirmado como relator do projeto da anistia, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) já enfrenta críticas de bolsonaristas. O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia a possibilidade de substituí-lo caso o texto limite-se à redução de penas para os condenados pela tentativa de golpe de Estado.
Paulinho foi indicado relator com o aval do PL, mas líderes da base bolsonarista questionam sua postura de tratar o projeto apenas como redução de penas, apelidado por ele de “PL da Dosimetria”. A irritação aumentou após um vídeo em que Paulinho aparece com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), discutindo um “espécie de pacto republicano” com o STF e o Executivo. Sua proximidade com ministros do Supremo também tem sido alvo de críticas nas redes sociais.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), procurou acalmar os ânimos, afirmando que o diálogo ainda está no início e destacando que a bancada do partido não aceitará um projeto que, na visão deles, beneficie o STF.
Em entrevista ao Bastidores CNN, Paulinho afirmou que sua prioridade é ouvir os líderes do PL, da Oposição e da Minoria antes de avançar com o projeto. Ele marcou reunião com a bancada do PL para terça-feira (23). “Todo mundo sabe que essa ideia de anistia ampla, geral e irrestrita não existe. Estou fazendo um projeto para pacificar o Brasil e sair desse impasse que o país vive há dois anos. Se eu não agradar a todo o PL, tentar agradar pelo menos 90% já tá bom”, disse o deputado.