O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, causou controvérsia e foi criticado por aliados de Jair Bolsonaro após afirmar que “houve um planejamento de golpe, mas nunca teve golpe efetivamente”. A declaração foi feita durante um evento em Itu, São Paulo, nesta segunda-feira (15).
Valdemar defendeu sua posição, comparando o planejamento de um golpe ao planejamento de um assassinato que não é executado, e questionou a qualificação dos atos de 8 de janeiro como golpe. “O golpe não foi crime. O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Olha só, que absurdo, camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente e eles falam que aquilo é golpe”, disse ele.
A declaração gerou forte reação entre os aliados de Bolsonaro, que a consideraram contraditória à defesa do ex-presidente, a qual sustenta que não houve tentativa de golpe de Estado. Fábio Wajngarten, um dos principais apoiadores de Bolsonaro, questionou a fala publicamente em suas redes sociais: “Houve planejamento de golpe? Se sim, por quem? Alguém financiou? Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”. O bolsonarista Paulo Figueiredo também reagiu, afirmando: “Como eu sempre digo: não estamos nesta merda de dar gosto à toa”.
Em meio à repercussão negativa, Valdemar Costa Neto tentou esclarecer sua fala à coluna Igor Gadelha, do Metrópoles. Ele afirmou que sua declaração foi condicional, no “campo do imaginário”. “Se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que tivesse… Foi no campo do imaginário”, disse, buscando atenuar o impacto de suas palavras.