De postos de gasolina a negócios imobiliários, de fintechs a agenciamento de jogadores de futebol, e de empresas de ônibus à mineração, a diversificação dessa carteira de investimentos impressiona. No entanto, o que chama ainda mais atenção é que esses ativos não pertencem a um grande empresário, banco ou fundo de investimentos — e sim a um dos maiores grupos criminosos do Brasil.
No final de agosto, uma megaoperação conjunta envolvendo a Polícia Federal, Receita Federal e os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), dos ministérios públicos estaduais e federal, revelou parte dessa rede. Com o apoio das forças policiais estaduais, a ação expôs os vínculos bilionários da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) com a Faria Lima, além de demonstrar a extensão da infiltração da organização no setor de combustíveis em todo o país.
As investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) indicam que o PCC está presente em pelo menos 15 grandes setores da economia formal brasileira. A compra de grandes negócios legais serve a um propósito duplo: primeiramente, para lavar o dinheiro obtido com atividades ilícitas, principalmente o tráfico nacional e internacional de drogas.