O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (11) a implantação de defesas militares, policiais e civis em 284 pontos estratégicos do país, que chamou de “frentes de batalha”. A medida, segundo ele, é uma resposta ao que classificou como ameaça direta dos Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump, que buscariam retirá-lo do poder.
Maduro não detalhou o número de militares, policiais e integrantes de milícias civis que farão parte da nova mobilização. Em discurso transmitido pela TV estatal a partir de Ciudad Caribia, na costa central venezuelana, ele afirmou que o país está preparado para reagir a uma eventual ofensiva.
“Estamos prontos para uma luta armada, se for necessário. Ao longo de toda a costa venezuelana, da fronteira com a Colômbia até o leste do país, de norte a sul e de leste a oeste, temos uma preparação completa das tropas oficiais”, declarou.
A ação se soma ao recente anúncio de envio de 25 mil soldados para reforçar a presença militar nos estados fronteiriços com a Colômbia, região de constantes atritos diplomáticos e de segurança.
Tensões com os Estados Unidos
O anúncio ocorre em meio ao aumento da presença militar norte-americana no sul do Caribe, onde o governo Trump diz atuar contra o narcotráfico. Como parte da operação, 10 caças F-35 foram enviados para uma base em Porto Rico.
Na semana passada, um ataque militar dos EUA na região resultou na morte de 11 pessoas e no afundamento de uma embarcação venezuelana, que, segundo Trump, transportava narcóticos ilegais. O governo americano, porém, não forneceu detalhes adicionais, apesar das cobranças de parlamentares no Congresso.
Além disso, em agosto, Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de envolvimento com o tráfico de drogas e organizações criminosas internacionais.
Maduro nega as acusações e insiste que a Venezuela não é produtora de drogas. O governo chavista afirma que as ações de Washington têm caráter político e fazem parte de uma estratégia para desestabilizar o país.