A Polícia Civil, através da Delegacia Especial dos Crimes contra Vulneráveis, abriu um inquérito para investigar as ameaças de morte contra a ialorixá Mãe Mirian, de 91 anos. As ameaças, que incluem mensagens e ligações, foram denunciadas à polícia pela Coordenadoria de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas. A delegada responsável pelo caso, Rebecca Cordeiro, informou que Mãe Mirian deverá ser ouvida na próxima segunda-feira, dia 8.
A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) emitiu uma nota de repúdio contra as ameaças e prestou solidariedade a Mãe Mirian. Recentemente, a instituição concedeu a ela o título de Doutora Honoris Causa em reconhecimento à sua história, sabedoria e como um gesto de reparação histórica.
Em sua nota, a universidade destacou que as ameaças à Mãe Mirian não são apenas um caso isolado, mas sim uma manifestação do ódio religioso e do racismo estrutural que persistem na sociedade. A UFAL ressaltou a importância de não se calar diante da “barbárie contra corpos e espiritualidades negras” e caracterizou as ameaças como parte de um “projeto genocida e epistemicida”.