A anistia para os réus do 8 de janeiro é um tema central na articulação política do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele intensificou seus esforços em prol do projeto e, em uma viagem a Brasília, se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Essa movimentação é vista como um passo importante para consolidar sua candidatura à presidência em 2026, buscando o apoio irrestrito de Jair Bolsonaro.
O discurso de Tarcísio em defesa da anistia não é por acaso. Ele fez um aceno público ao tema, e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, postou uma foto com o governador, confirmando que se reuniram para debater o assunto. Durante o encontro, eles telefonaram para Hugo Motta. Em uma entrevista, Tarcísio chegou a dizer que, se eleito presidente, seu “primeiro ato” seria conceder indulto a Bolsonaro.
Essa atuação ocorre em um momento crucial: Bolsonaro deve escolher seu substituto para as próximas eleições logo após a sentença do julgamento no STF, previsto para terminar em 12 de setembro.
Disputa entre partidos e posicionamento político
A articulação de Tarcísio também se dá em meio a uma disputa entre o Republicanos e o PL, partido de Bolsonaro. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que, se Tarcísio for candidato, ele deve migrar para o PL. Em resposta, Marcos Pereira destacou que o Republicanos terá um candidato próprio à Presidência, caso a conjuntura permita.
A polêmica em torno da anistia é grande. A oposição tentou negociar um texto que punisse apenas os vândalos do 8 de janeiro, poupando os demais da acusação de atentar contra o Estado Democrático de Direito. No entanto, o líder do PL na Câmara, Sostenes Cavalcante, e o deputado Eduardo Bolsonaro já se posicionaram contra um texto alternativo, apelidado de “anistia light”, que, segundo eles, poderia prejudicar o apoio de Donald Trump a Bolsonaro.