O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (29/8), em Contagem (MG), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responde na Justiça não por ação de seu governo, mas pelas próprias atitudes tomadas após a derrota nas eleições de 2022.
“Não somos nós que estamos processando o ex-presidente, é a bobagem que ele fez que está resultando em um processo contra ele, com denúncias e delações do próprio pessoal dele. Não é o [senador Rodrigo] Pacheco que está processando ele, não é a Marília [prefeita de Contagem], não sou eu. É a tentativa de golpe que ele tentou dar em 8 de Janeiro”, declarou Lula durante cerimônia ligada ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O evento ocorreu no canteiro de obras da Avenida Prefeito Newton Cardoso, onde o presidente entregou o terceiro trecho do corredor viário e anunciou novos projetos de mobilidade urbana.
Cerco judicial a Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de diferentes processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em novembro de 2024, a Polícia Federal o indiciou por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em fevereiro de 2025, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe, organização criminosa e deterioração de patrimônio tombado, entre outros crimes. Em março, a Primeira Turma do STF tornou o ex-presidente réu no processo, junto com outros sete acusados.
Em julho, o ministro Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares contra Bolsonaro em outra investigação, que apura cooperação dele e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com autoridades dos Estados Unidos contra agentes públicos brasileiros. No início de agosto, Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente após o descumprimento dessas medidas.
Durante discurso em Contagem, Lula também criticou Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA desde março.
“Esse cidadão é para ser gravado como maior traidor da história desse país”, disse o presidente, em referência à atuação do deputado nas negociações que resultaram em tarifas de 50% aplicadas pela Casa Branca contra o Brasil.
Mobilidade e Novo PACAlém das declarações políticas, Lula anunciou investimentos de mais de R$ 9 bilhões em projetos de mobilidade urbana dentro dos eixos Mobilidade Grandes e Médias Cidades e Renovação de Frota do Novo PAC.
Segundo o governo, os financiamentos vão contemplar obras de corredores exclusivos, BRTs, metrôs, VLTs e ciclovias integradas ao transporte coletivo. Os recursos virão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com juros de 5,5% ao ano para transporte sobre trilhos e 6% ao ano para outros modais.
Acompanhado do ministro das Cidades, Jader Filho, e de deputados federais, Lula reforçou que o programa é voltado para ampliar a qualidade de vida urbana e dinamizar a economia.