O pastor Silas Malafaia, fundador da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, confirmou ter recebido um aporte milionário do empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik do Bitcoin, condenado a 56 anos de prisão por operar um esquema de pirâmide financeira de criptomoedas.
Segundo Malafaia, o empresário investiu em sua editora, a Central Gospel, que entrou em recuperação judicial em 2019. O líder religioso afirmou, no entanto, que não tem relação com os crimes financeiros de Francisley e ressaltou que a parceria foi encerrada antes mesmo de o Ministério Público Federal (MPF) denunciá-lo.
“Ele botou dinheiro na minha editora para comprar material, para me ajudar no momento mais difícil da minha recuperação. O que que eu tenho com os crimes de bitcoin, de moeda, de criptomoeda dele?”, declarou Malafaia à coluna.
Depoimento à Polícia Federal
O envolvimento entre Malafaia e Francisley foi detalhado por uma testemunha-chave do processo, revelado nesta segunda-feira (25/8) pela coluna Tácio Lorran. Em depoimento à Polícia Federal, em agosto de 2022, o empresário Davi Zocal afirmou que o Sheik do Bitcoin aportou R$ 30 milhões para reerguer a editora do pastor.
De acordo com o relato, ambos decidiram abrir uma nova empresa para viabilizar o negócio sem expor a ligação direta. “O Silas falou assim pra ele: ‘Cara, vamos fazer uma empresa com outro nome para não ferrar para nós, né?’ Então abriram a Alvox, mas o foco do Malafaia… O Francis foi sócio direto dele na principal empresa, mas foi só para dar uma esquivada, né?”, disse a testemunha.
Sociedade empresarial
Malafaia e Francisley foram sócios na Alvox Gospel Livros Marketing Direto, uma loja digital voltada ao público evangélico. A empresa foi aberta em maio de 2021 e encerrada em julho de 2022, pouco antes da intensificação das investigações contra o empresário.
O pastor reforça que sua atuação se limitou ao negócio editorial e que não possui envolvimento com os crimes de pirâmide financeira que levaram Francisley à condenação.