O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou na noite de terça-feira (19) que uma eventual invasão dos Estados Unidos à Venezuela transformaria a região em “uma nova Síria” e colocaria seu país diretamente no conflito.
“Os gringos estão em apuros se pensam que, invadindo a Venezuela, resolvem seu problema. Colocariam a Venezuela no caso da Síria, só que com o agravante de arrastar a Colômbia”, disse Petro durante uma reunião ministerial transmitida em rede nacional.
A declaração ocorre após a agência Reuters revelar a mobilização de três navios de guerra da Marinha dos EUA com cerca de quatro mil soldados no Caribe, próximos ao território venezuelano. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a operação tem como objetivo conter o fluxo de drogas da Venezuela para os Estados Unidos.
Leavitt afirmou ainda que o presidente Donald Trump está disposto a “usar todo o poder americano” para deter o tráfico e responsabilizar os envolvidos. Ela voltou a classificar Nicolás Maduro como “chefe de um cartel narcoterrorista” e disse que o líder venezuelano “não é um presidente legítimo, mas um fugitivo acusado de tráfico de drogas nos EUA”.
Petro, por sua vez, alertou que uma intervenção militar criaria brechas para que organizações criminosas que atuam na fronteira de 2.219 quilômetros entre Colômbia e Venezuela se aproveitassem da instabilidade para controlar riquezas minerais. “Isso significa mais economia para a morte, não para a vida”, afirmou.
O presidente colombiano acrescentou ter enviado mensagens ao governo norte-americano por meio de emissários, advertindo Trump de que uma operação militar na região seria “o pior erro” dos Estados Unidos.

