O senador Marcos do Val (Podemos-ES) rejeitou a possibilidade de se afastar temporariamente do mandato em troca da flexibilização das medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A proposta, considerada por líderes partidários como uma “saída honrosa”, foi discutida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com o colégio de líderes na última semana.
A ideia previa o afastamento de do Val por seis meses, período em que a Advocacia-Geral do Senado solicitasse ao STF a suspensão de restrições como o congelamento de salário e verbas de gabinete, além da retirada da tornozeleira eletrônica.
Segundo apuração, o comportamento do parlamentar capixaba vem gerando desconforto entre lideranças, que o classificaram como “um problema”. O líder do Podemos, Carlos Viana, chegou a procurar do Val pessoalmente para pedir que aceitasse o afastamento voluntário.
A resposta do senador, no entanto, foi categórica:
— Não! Eu não cometi nenhum crime. E não negocio com bandido, afirmou, em referência a Moraes.
Do Val é alvo de medidas cautelares por determinação do STF e responde a investigações que motivaram as restrições. A condução das negociações sobre um eventual afastamento foi atribuída ao procurador do Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), que deverá se reunir com Alcolumbre para avaliar os próximos passos.