O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pré-candidato à Presidência da República em 2026, defendeu que o Brasil deixe o grupo Brics. Em artigo publicado nesta quinta-feira (31/7), no jornal Folha de S.Paulo, o político criticou duramente a aliança geopolítica e questionou os benefícios da participação brasileira no bloco.
Zema atribuiu aos Brics parte da responsabilidade pelas tarifas comerciais impostas recentemente ao Brasil pelo governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump. Segundo ele, “os países integrantes do grupo aprofundaram a discussão sobre a criação de sistemas de pagamento alternativos ao dólar, proposta que vem sendo discutida pela organização desde 2023”. Para o governador, esse gesto “pode ser interpretado como um desafio gratuito aos Estados Unidos”.
Na avaliação de Zema, os Brics se tornaram “uma ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental, particularmente contra os Estados Unidos”.
A declaração marca mais um passo na tentativa do governador mineiro de se posicionar como nome da direita liberal nas eleições presidenciais de 2026. A oficialização de sua pré-candidatura está prevista para o próximo mês, durante uma convenção nacional do partido Novo em São Paulo.
O Brics é um grupo de cooperação internacional formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em sua expansão mais recente, passaram a integrar o bloco também o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos. Criado com o objetivo de fortalecer a parceria entre países emergentes, o grupo busca alternativas ao domínio econômico das potências ocidentais, promovendo maior integração Sul-Sul.