Postos de combustíveis de Minas Gerais denunciaram, nesta quarta-feira (30/7), um aumento de até R$ 0,10 no preço do litro do diesel por parte das distribuidoras, sem que haja qualquer justificativa técnica ou econômica para o reajuste. A elevação ocorre às vésperas da mudança nos parâmetros de mistura obrigatória de biocombustíveis, que começa a valer a partir desta sexta-feira (1º/8) em todo o país.
De acordo com as novas regras definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o percentual de etanol anidro na gasolina passará de 27% para 30%, enquanto o diesel terá 15% de biodiesel, ante os 14% atuais. A expectativa, no entanto, era de que as mudanças não impactassem os preços de forma imediata ou significativa, uma vez que o biodiesel permanece com valor estável e a Petrobras não anunciou novos reajustes para o diesel.
Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) alertou para o comportamento recorrente de parte do setor de distribuição durante fases de transição regulatória.
“É importante que a sociedade esteja atenta quanto a todos os elos da cadeia, para que alguns setores não utilizem a fase de transição como uma ‘oportunidade comercial’”, afirmou a entidade.
O Minaspetro destacou ainda que, nos últimos anos, períodos de mudanças regulatórias, tributárias ou legislativas têm sido usados por distribuidoras para elevar margens de lucro, empurrando aumentos ao consumidor final e transferindo a responsabilidade aos postos de combustíveis.
“O que os postos têm observado na ponta é um repasse de aproximadamente R$ 0,10 no diesel na distribuição sem qualquer justificativa”, ressaltou.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) para comentar o caso, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.