Um levantamento realizado pelo Ranking dos Políticos, divulgado pela Folhapress, revela uma percepção crítica por parte dos próprios parlamentares sobre o papel dos partidos políticos no Brasil. Segundo a pesquisa, 51,8% dos deputados federais afirmam que os partidos representam “pouco ou nada” os interesses da sociedade. No Senado, o cenário é um pouco mais positivo: 71,4% dos senadores consideram que as legendas representam “muito” ou “razoavelmente” os interesses da população.
A pesquisa também escancara o peso das diretrizes partidárias sobre o posicionamento dos congressistas. Mais de um terço dos entrevistados admitiu já ter sido obrigado a mudar seu voto por orientação da liderança partidária, sendo 42,9% no Senado e 38,2% na Câmara dos Deputados.
Além disso, 29% dos parlamentares disseram que pretendem ou consideram trocar de partido ainda nesta legislatura, o que reforça a fragilidade dos vínculos partidários atuais.
Apesar de proibidas pela legislação eleitoral brasileira, as candidaturas independentes (sem filiação a partidos) encontram apoio entre os parlamentares. No Senado, 46,5% defendem a possibilidade, sendo 25,1% apenas para cargos majoritários (como prefeito, governador e presidente) e 21,4% para todos os cargos. Na Câmara, o apoio é um pouco menor, com 41,8% favoráveis.
Entretanto, apenas um terço dos entrevistados acredita que as candidaturas avulsas trariam uma renovação significativa na política brasileira. Para a maioria, o impacto seria limitado: 46,4% dos deputados e 53,6% dos senadores compartilham dessa opinião.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 16 de julho com 138 parlamentares, 110 deputados e 28 senadores, e tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais. O estudo joga luz sobre as contradições e insatisfações dentro do próprio Congresso em relação ao sistema partidário vigente.