Em meio ao aumento das mortes por desnutrição na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (28) que “não há fome” na região e negou a existência de qualquer política de privação alimentar.
“Não Há fome em Gaza, não existe uma política de fome em Gaza, e eu lhes asseguro que temos o compromisso de alcançar nossos objetivos de guerra”, publicou Netanyahu nas redes sociais.
Conflitos entre Israel e o Hamas têm transformado a Faixa de Gaza em uma região marcada por escassez de alimentos, situação denunciada por várias agências da Organização das Nações Unidas (ONU) que alertam para o sofrimento da população palestina.
Nesse domingo (27), o exército israelense anunciou uma “pausa tática” todos os dias durante 10 horas para facilitar a entrega de ajuda humanitária, que ocorrerá “diariamente até novo aviso”, enquanto o governo palestino reporta o aumento no número de mortes.
Netanyahu afirmou que as forças militares israelenses prosseguirão com as operações até atingirem a “libertação dos reféns e a destruição das capacidades militares e de governo do Hamas”.
“Eles [Hamas] não existirão mais”, destacou Netanyahu.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde da Palestina comunicou que 14 pessoas faleceram nas últimas 24 horas devido à fome e à desnutrição. Com esses novos casos, o total de mortes causadas por essas condições chegou a 147, das quais 88 são crianças.
Pausa
Conforme informado por militares israelenses, a “pausa na atividade militar para fins humanitários” entra em vigor neste domingo, sempre entre 10h e 20h (horário local).
Após discussões com a ONU e outras organizações internacionais, os militares anunciaram que estabelecerão “rotas seguras” das 6h às 23h para facilitar o trânsito de comboios da ONU e de grupos humanitários que fornecem alimentos e medicamentos à população de Gaza, conforme informou o comunicado.
Segundo os militares israelenses, a pausa será aplicada em regiões onde não há operações ativas no momento, incluindo a Cidade de Gaza, localizada ao norte do enclave, Deir al-Balah, na região central, e Al Mawasi, ao sul.