Alagoas registrou um crescimento preocupante nos casos de perseguição, o chamado stalking, e na violência doméstica em 2024. Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os registros de perseguição aumentaram 28,4% em comparação a 2023. Foram 681 ocorrências no último ano, frente a 530 no ano anterior. A taxa por 100 mil habitantes subiu de 31,8 para 40,8.
O crime de stalking foi incluído no Código Penal brasileiro em 2021, por meio da Lei nº 14.132. A legislação caracteriza como crime a perseguição reiterada a alguém, por qualquer meio, ameaçando sua integridade física ou emocional, invadindo sua privacidade ou limitando sua liberdade de locomoção. A pena prevista varia de seis meses a dois anos de reclusão, além de multa.
Além disso, os dados revelam aumento de 27,5% nos casos de violência psicológica no estado. Em 2023, foram 450 ocorrências, número que saltou para 574 em 2024. Esse tipo de agressão, muitas vezes invisível, é um dos primeiros sinais de relações abusivas e aparece com frequência nos relatos de mulheres.
Outro indicativo de alerta é o crescimento das chamadas para o número de emergência 190 motivadas por violência doméstica. Em 2024, foram registradas 14.834 ligações, um aumento de 6% em relação às 13.994 chamadas do ano anterior. A taxa por 100 mil habitantes subiu de 4,3 para 4,6.
Em contrapartida, o número total de chamadas ao 190 por todas as naturezas apresentou leve queda: passou de 172.313 em 2023 para 170.881 em 2024, uma redução de 0,8%.
A maioria das ligações por violência doméstica envolve mulheres como vítimas. Em âmbito nacional, o anuário aponta que 87,7% das vítimas são do sexo feminino, sendo 55,6% negras. Além disso, 65,7% dos casos ocorrem dentro de casa, revelando o caráter estrutural e silencioso da violência de gênero no país.