O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (22), ao comparar a situação política brasileira com a da Venezuela. Em publicação nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que “o Brasil já é pior do que a Venezuela” e alegou que seu pai é alvo de perseguição política.
Na postagem feita no X (antigo Twitter), Eduardo citou a líder opositora venezuelana María Corina Machado como exemplo. Segundo ele, apesar de viver em um “regime antidemocrático”, Corina ainda tem liberdade para criticar o governo de Nicolás Maduro. “Reparem que María Corina não foi proibida de usar redes sociais e segue criticando a perseguição à oposição ativamente. No Brasil, por outro lado, Jair Bolsonaro e muitos outros já não podem mais fazer nem isso”, escreveu.
O comentário faz referência às medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro, que está proibido de utilizar redes sociais, se comunicar com diplomatas estrangeiros e se aproximar de embaixadas. O ex-presidente também usa tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de investigações da Polícia Federal.
Eduardo também está envolvido nas apurações da PF, que apontam que pai e filho teriam atuado junto a autoridades dos Estados Unidos para pedir sanções contra agentes públicos brasileiros, em suposta tentativa de pressionar o STF. A corporação afirma que ambos agiram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” com o objetivo de submeter o funcionamento do Judiciário brasileiro ao julgamento de um Estado estrangeiro — o que, segundo os investigadores, configura tentativa de obstrução da Justiça.
O deputado nega as acusações e afirma que seu objetivo ao procurar autoridades americanas não era prejudicar o Brasil economicamente, mas sim promover sanções individuais contra Alexandre de Moraes. “Não podemos assistir calados enquanto ele destrói nossas liberdades e lança todos nós no caminho da miséria e da desgraça. Temos que lutar enquanto ainda há tempo”, declarou em outro trecho da publicação.
Eduardo também acusou Moraes de ter uma “mente autoritária” e afirmou que o ministro compactua com práticas antidemocráticas semelhantes às do regime chavista, reforçando a retórica de que o Brasil estaria sob um governo judicial autoritário.
A líder María Corina Machado, citada por Eduardo, é conhecida por sua oposição a Nicolás Maduro e acusa o presidente venezuelano de ter dado um golpe de Estado. A comunidade internacional já cobrou do regime de Maduro transparência sobre o processo eleitoral, incluindo a apresentação das atas dos votos, o que ainda não ocorreu.