Cerca de 9% da população alagoana vive atualmente em unidades de conservação (UCs), segundo os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (11). Ao todo, 278.830 pessoas moram em áreas protegidas por legislação ambiental, inseridas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que estabelece diferentes categorias de uso e manejo dos recursos naturais.
Essas unidades de conservação, que ultrapassam 80 em todo o estado, se distribuem desde o litoral até o sertão de Alagoas. A maioria é composta por Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), áreas privadas protegidas que têm como principal finalidade conservar a biodiversidade, permitindo o uso sustentável de seus recursos.
Grande parte dos moradores dessas áreas, no entanto, está concentrada em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Essas regiões, por serem mais extensas e flexíveis, permitem a presença de comunidades humanas e o uso dos recursos naturais, desde que respeitados os critérios de sustentabilidade ambiental definidos por lei.
As unidades de conservação são classificadas em dois grandes grupos: as de proteção integral e as de uso sustentável. Essa divisão determina o nível de restrição ambiental e o tipo de atividades permitidas em cada área, equilibrando conservação e uso humano conforme a categoria estabelecida.
A administração dessas áreas pode ser feita por diferentes níveis de governo – federal, estadual ou municipal. No grupo das unidades de proteção integral, estão incluídas categorias mais restritivas como estações ecológicas, reservas biológicas, parques (nacionais, estaduais e municipais), monumentos naturais e refúgios da vida silvestre.
As áreas de uso sustentável se destacam por conciliar a conservação ambiental com a presença humana, permitindo o uso consciente dos recursos naturais. Dentro desse grupo, encontram-se categorias como Áreas de Proteção Ambiental (APAs), Reservas de Desenvolvimento Sustentável, Reservas Extrativistas, Florestas Públicas em diferentes esferas, entre outras, todas voltadas à proteção da biodiversidade sem impedir a permanência das comunidades locais.
Quando se observa a gestão dessas unidades, nota-se que a maioria está sob responsabilidade da esfera estadual. Em relação às condições de moradia, os dados do Censo 2022 revelam que 55,64% dos moradores dessas áreas possuem acesso a saneamento básico adequado, com esgoto tratado por meio de rede geral ou fossas apropriadas. Já os demais 44,36% enfrentam carência de infraestrutura sanitária, vivendo em domicílios com esgotamento precário ou inexistente, o que evidencia uma importante desigualdade socioambiental.
Ranking das unidades de conservação mais populosas em AL
- Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratagy – 82.849 habitantes
- Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho – 70.178 hab
- Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici – 55.159 hab
- Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Caiçara – 40.658 hab
- Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Rita – 20.006 hab