Durante sessão solene no Senado Federal nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chorou e pediu orações, emocionado. O episódio ocorre dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Bolsonaro por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. “Acredito em Deus, peço orações a vocês”, disse ele, em tom de desabafo.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que o Brasil tem potencial para ser a “terra prometida do Ocidente”, mas que o progresso estaria sendo impedido por “alguns poucos”. Sem mencionar diretamente as acusações, o ex-presidente reforçou sua retórica religiosa e voltou a fazer críticas veladas a autoridades, inclusive algumas “desta Casa”, referindo-se ao Senado.
A PGR apresentou denúncia contra Bolsonaro por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o golpe não foi consumado por falta de adesão das Forças Armadas, mas a articulação partiu de Bolsonaro e membros de seu governo.
Com a entrega das alegações finais pela PGR, o processo segue com prazo de 15 dias para manifestação do delator Mauro Cid e, depois, dos demais réus, incluindo Bolsonaro. O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF. Apesar do recesso do Judiciário, o caso seguirá em andamento, já que um dos réus está preso. Bolsonaro nega qualquer crime e afirma ser vítima de perseguição política.
*com informações da Jovem Pan News