Ao som da emblemática “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, e sob forte comoção, familiares, amigos e fãs se despediram do sanfoneiro Xameguinho na manhã desta terça-feira (1º), em Maceió. Considerado um ícone do forró pé-de-serra alagoano, o artista faleceu na segunda-feira (30), aos 62 anos, após sofrer um infarto fulminante.
De acordo com relatos de familiares, Xameguinho despertou com falta de ar durante a madrugada e tentou buscar ajuda no banheiro de casa, mas não resistiu ao ataque cardíaco antes da chegada do socorro.
Reconhecido em todo o Nordeste, o músico nasceu no município de Atalaia e ficou nacionalmente conhecido ao acompanhar o também alagoano Kara Véia, num período em que as vaquejadas ganhavam espaço nas rádios e palcos do Brasil.
O sepultamento foi marcado pela presença de nomes de peso da música nordestina, como Cláudio Rios, Brahma do Forró e Geraldo Cardoso, que prestaram suas homenagens ao artista. A comoção tomou conta do ambiente, refletindo o carinho e a importância de Xameguinho para a cultura popular.
Entre os que foram dar o último adeus, estava o radialista Humberto Maia, apresentador do programa “Manhãs Nordestinas”, da Rádio Pajuçara FM. Emocionado, ele destacou não apenas o talento do sanfoneiro, mas também sua generosidade e dedicação à música nordestina ao longo de mais de 50 anos de carreira.
“Hoje é um dia inesquecível. Ele representava para gente uma personalidade da música, ajudava todo mundo. Às vezes, o cantor chegava sem dinheiro e fazia o trabalho da pessoa, mesmo assim. Era alguém que tinha um espírito muito bom de convivência e a gente perde esse valor. Xameguinho está indo para a eternidade com uma energia muito boa”.
Claudio Rios não conteve as lágrimas ao falar dos momentos marcantes com o sanfoneiro. “Ele tem história com vários artistas, escreveu seu passado na terra, na música e como ser humano. Fico emocionado porque não tem nem um mês que gravei o meu último DVD e ele tocou comigo. Eu saí de casa para tocar com ele, e hoje estou no enterro. É uma tristeza danada”.