A partir de 1º de julho, bebês com 12 meses de idade passarão a receber a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço no lugar da meningocócica C. A mudança amplia a proteção, incluindo os sorogrupos A, W e Y, além do C, e tem como objetivo prevenir tanto a meningite bacteriana quanto a meningococcemia, uma infecção grave e potencialmente fatal. Em 2025, o Brasil já contabiliza 361 casos de meningite por meningococo, com 61 mortes registradas.
“No Brasil, o sorogrupo que mais preocupa, além do C, é o W. A gente observou aumentos de incidência importantes, principalmente nos estados do Sul do país, recentemente. Então, essa mudança representa uma ampliação da proteção contra sorogrupos que são um risco, principalmente para as crianças”, explica a diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) já disponibiliza a vacina meningocócica ACWY nas unidades básicas de saúde, mas sua aplicação é voltada a adolescentes de 11 a 14 anos. Para os bebês, o esquema vacinal segue com três doses da vacina meningocócica C: aos 3 meses, aos 6 meses e um reforço aos 12 meses — sendo essa última a que será substituída pela versão ACWY a partir de julho.
Crianças que já completaram o esquema com as três doses da vacina meningocócica C não precisam receber a dose de reforço com a nova vacina. No entanto, aquelas que perderam a aplicação aos 12 meses poderão completar a imunização com a ACWY, desde que tenham menos de 5 anos de idade.
Na nota técnica que comunica a mudança na estratégia de vacinação, o Ministério da Saúde reforça “a efevidade e o impacto desses imunobiológicos no Brasil, com redução na incidência da doença meningocócica, em pessoas vacinadas e não vacinadas.” No entanto, diz a nota, “a ocorrência das meningites bacterianas ainda é um fator de preocupação, especialmente as causadas pela Neisseria meningidis (meningococo)e pelo Streptococcus pneumoniae (pneumococo)”
Segundo o Ministério da Saúde, a mudança integra as ações contínuas de combate às meningites, alinhadas às Diretrizes Nacionais de Enfrentamento da doença e ao plano global da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além da vacina meningocócica, o SUS também disponibiliza imunizantes contra outros dois agentes causadores de meningite: o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e o Haemophilus influenzae tipo b.













