Com cerca de 14 mil brasileiros vivendo em Israel, diplomacia brasileira monitora a situação e orienta cuidados; não há previsão de repatriação

Diante da intensificação do conflito entre Israel e Irã, que já entra em seu oitavo dia, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv anunciou nesta sexta-feira (20/6) que iniciou o processo de identificação de cidadãos brasileiros interessados em deixar o território israelense. A medida visa organizar e atualizar informações sobre a comunidade brasileira no país, que, segundo dados de 2023 do Ministério das Relações Exteriores, é composta por aproximadamente 14 mil pessoas.
“De modo a permitir a identificação e localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país, a Embaixada solicita seja preenchido o formulário abaixo indicado (um formulário por pessoa, independentemente da idade)”, informou o comunicado oficial, que disponibilizou o link para o cadastro.
A embaixada reforçou que acompanha a situação desde o início dos ataques em 13 de junho, quando Israel lançou uma ofensiva que chamou de “ataque preventivo” contra o programa nuclear iraniano. Em resposta, o Irã disparou dezenas de drones e mísseis contra o território israelense, agravando a crise. A escalada militar elevou o nível de alerta em diversas regiões de Israel.
“Desde as primeiras horas de 13 de junho, temos monitorado os efeitos dos ataques de mísseis e demais projéteis contra o território israelense, bem como as diretrizes de segurança do Comando da Frente Interna (Homefront Command/Pikud HaOref), de modo a melhor assistir os brasileiros que se encontram em Israel neste momento”, afirmou a representação diplomática.
Apesar da abertura do formulário de identificação, a embaixada esclareceu que não há, até o momento, plano de repatriação ou operação de evacuação.
“Cidadãos brasileiros que optem por deixar o país através de fronteiras terrestres deverão fazê-lo por meios próprios, planejar seu deslocamento com antecedência e avaliar os riscos, com atenção especial às orientações de segurança pertinentes e a eventuais exigências de visto nos países para os quais tencionam deslocar-se. A assistência consular possível nesses casos é limitada”, destacou.
A situação de deslocamento está ainda mais delicada diante do fechamento do Aeroporto Internacional Ben-Gurion e do espaço aéreo israelense, conforme determinação do governo local. Apenas voos com permissão excepcional da Autoridade de Aviação Civil de Israel (ICAA) estão sendo autorizados.
Enquanto isso, a recomendação da embaixada é para que os brasileiros permaneçam em seus locais de hospedagem ou residência e sigam atentamente as orientações das autoridades israelenses.
“A Embaixada do Brasil em Tel Aviv segue recomendando que os cidadãos brasileiros em Israel permaneçam em seus locais de hospedagem ou residência e mantenham atenção às diretrizes de segurança e eventuais alertas de ataques iminentes”, reforça o comunicado.
A embaixada reiterou ainda o Alerta Consular, em vigor desde outubro de 2023, que recomenda a evitação de viagens não essenciais a Israel. A escalada do conflito segue sem previsão de cessar-fogo, e a presença militar na região aumenta, com Israel prometendo manter a ofensiva e solicitando apoio direto dos Estados Unidos para ações mais robustas contra bases iranianas.