A Câmara de Vereadores de Rio Largo revogou, na manhã desta quinta-feira (12), o ato datado de 31 de março que mencionava a suposta carta de renúncia do prefeito Carlos e de seu vice. Com a decisão, os efeitos legais do documento foram anulados e ambos permanecem nos cargos.
A medida segue a decisão judicial já proferida em 1º de abril pelo juiz Guilherme Bubolz Bohm, da 1ª Vara de Rio Largo, que havia considerado o documento inválido. O magistrado acatou os argumentos da defesa e apontou indícios de falsidade ideológica nas supostas cartas de renúncia, classificando-as como “documentos simplórios que, em três linhas, limitam-se a comunicar renúncia irretratável aos mandatos eletivos de prefeito e vice”.
A revogação do ato foi aprovada por maioria simples dos parlamentares presentes à sessão ordinária da Câmara.
O episódio é mais um capítulo da crise política que atinge o município. O imbróglio ganhou força após o rompimento entre o atual prefeito Carlos e seu tio e antecessor, Gilberto Gonçalves, conhecido como GG,, um dos principais nomes do Progressistas em Alagoas. A tensão aumentou quando Carlos se aproximou politicamente do senador Renan Calheiros (MDB), rival do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP), aliado de GG.
Carlos foi eleito em 2024 com mais de 60% dos votos, com apoio direto do tio. A crise no grupo político, no entanto, levou ao afastamento entre os dois e, agora, ao surgimento de documentos que a Justiça e a Câmara consideraram inválidos. A gestão municipal segue, por ora, sob o comando do prefeito eleito e de seu vice.