Três anos após o crime, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Ruben Dario Villar, conhecido como “Colômbia”, apontado como mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. A dupla foi morta em uma emboscada no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, em 5 de junho de 2022.
O crime, considerado de extrema crueldade e cometido por motivo torpe, chocou o país e ganhou repercussão internacional. Bruno e Dom realizavam uma missão na segunda maior terra indígena do Brasil quando foram atacados. Eles estavam desaparecidos desde o dia do crime e suas buscas mobilizaram autoridades, indígenas, moradores locais e a imprensa mundial.
A denúncia foi apresentada nesta quinta-feira (5) pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ), ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM). O MPF também solicitou o fim do sigilo do processo para garantir maior transparência no caso.
A acusação contra o suposto mandante ocorre sete meses após a conclusão das investigações pela Polícia Federal. Apesar das prisões dos executores e do próprio Villar, o caso ainda não teve julgamento e segue sem a condenação dos envolvidos.
Em outubro de 2024, o MPF recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para garantir que o réu Oseney da Costa Oliveira, além de Amarildo da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, seja levado a júri popular, respondendo por duplo homicídio qualificado. Entretanto, até o momento, não há previsão para que o julgamento ocorra.