O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a decisão, a parlamentar afastada adota o mesmo modus operandi do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também investigado pela Corte.
Na decisão, Moraes afirma que Zambelli, condenada por inserir documentos falsos no sistema do CNJ, anunciou que seguirá atacando, sem apresentar provas, a lisura das eleições de 2022. O ministro destacou que ela pretende repetir as estratégias de Eduardo Bolsonaro, investigado por crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
“Adotará o mesmo modus operandi utilizado pelo deputado federal Eduardo Nantes Bolsonaro”, pontua um trecho da decisão.
Após a condenação, Zambelli viajou para a Europa, onde, segundo ela, pretende “denunciar a ditadura” no Brasil. A parlamentar citou que escolheu o continente porque “o caminho nos Estados Unidos já está asfaltado [por Eduardo Bolsonaro e pelo influenciador Paulo Figueiredo]”. Ela também afirmou que pretende atuar em diversos países, citando Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália e França, para mobilizar apoiadores no exterior.
Deputada federal desde 2018 e reeleita em 2022, Zambelli foi condenada por participação na invasão do sistema do CNJ, ação que incluiu, entre outros atos, a inserção de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), ela teria orientado o hacker Walter Delgatti Neto na execução do crime.
A decisão do STF ocorre também no contexto de outro processo envolvendo Zambelli, no qual ela responde por porte ilegal de armas e constrangimento ilegal, relacionado a um episódio em que perseguiu, armada, um homem nas ruas de São Paulo na véspera das eleições de 2022.
Apesar da condenação, a deputada manteve seu passaporte, uma vez que ainda cabe recurso, e deixou o país antes da expedição do mandado de prisão.