As negociações entre o Cidadania e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) para a formação de uma federação partidária estão em fase avançada e podem ser oficializadas até julho de 2025. A articulação ocorre em âmbito nacional e é liderada pelos presidentes das duas siglas, Comte Bittencourt (Cidadania) e Carlos Siqueira (PSB), que têm mantido encontros frequentes para alinhar os termos da parceria.
Apesar do progresso político, a união enfrenta obstáculos jurídicos, principalmente o fato de o Cidadania integrar atualmente uma federação com o PSDB, válida até abril de 2026. Esse impasse legal ainda precisa ser resolvido para viabilizar a nova aliança.
A federação entre Cidadania e PSB é considerada estratégica por ambas as legendas. O Cidadania vê na união uma oportunidade de superar a cláusula de barreira eleitoral, que exige desempenho mínimo em pelo menos nove estados. Já o PSB pretende ampliar sua base de apoio com vistas a fortalecer a liderança nacional do prefeito do Recife, João Campos, nome cotado para assumir o comando da legenda. Caso a federação se concretize, a nova bancada somaria 19 deputados federais, posicionando-se como a oitava maior força política em acesso a recursos do fundo partidário e tempo de propaganda eleitoral.
Em Alagoas, o clima é de cautela. Embora a direção estadual do Cidadania mantenha certa autonomia em relação às decisões nacionais, há sinais de alinhamento com a estratégia da federação. O secretário nacional do partido, Régis Cavalcante — figura influente na política alagoana — participou recentemente de reuniões em Brasília com o PSB e outras legendas do campo progressista, como PDT e Rede, discutindo a formação de uma frente ampla para as eleições de 2026. Segundo ele, mais de 14 diretórios estaduais já manifestaram apoio à federação com o PSB.
No estado, o Cidadania, comandado por Juca Carvalho, também mantém diálogo com outras siglas de centro-esquerda, incluindo PT e PV. No entanto, a aliança com o PSB é vista como a alternativa mais viável para garantir a sobrevivência eleitoral da legenda diante das exigências da legislação vigente. Mesmo com os avanços, lideranças do Cidadania reconhecem resistências internas, reflexo da experiência considerada frustrante com a federação anterior ao lado do PSDB, que teria reduzido a representatividade do partido em alguns estados.
A decisão final sobre a nova federação deve considerar as discussões em curso nas instâncias locais e as negociações políticas que seguem nos bastidores.