O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (data fictícia) elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, para 14,75% ao ano. O aumento de 0,5 ponto percentual marca a sexta alta consecutiva e leva os juros ao maior nível desde agosto de 2006.
A decisão, tomada por unanimidade, era amplamente esperada pelo mercado diante da pressão inflacionária persistente, especialmente nos preços dos alimentos e da energia, além da instabilidade no cenário econômico global.
Selic em alta: o que significa?
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Ao aumentar essa taxa, o BC torna o crédito mais caro, desestimula o consumo e reduz a pressão sobre os preços. Porém, o custo disso é um impacto direto no crescimento econômico, que tende a desacelerar.
Segundo o último boletim Focus, o mercado espera que a inflação encerre o ano em 5,53%, acima do teto da meta de 4,5% definida pelo sistema de metas contínuas. Com esse cenário, o BC sinaliza que ainda vê risco de descontrole inflacionário.
Inflação fora do alvo e crescimento em risco
Apesar de uma leve desaceleração no IPCA-15 de abril, que ficou em 0,43%, o acumulado de 12 meses está em 5,49%. O BC, no entanto, já admite que a inflação oficial pode fechar 2025 também acima da meta: a projeção atual é de 5,1%.
Com os juros nesse patamar elevado, o crédito fica mais caro, o acesso ao financiamento é reduzido e a atividade econômica perde fôlego. A expectativa de crescimento do PIB para 2025 caiu para 1,9%, segundo o próprio BC.
E agora?
A nova alta consolida um ciclo de aperto monetário, iniciado em setembro do ano passado. Resta saber até quando a Selic continuará subindo — ou se, em breve, haverá espaço para um alívio. Tudo dependerá da inflação nos próximos meses.