Na sessão desta quarta-feira (14), a Câmara Municipal de Maceió discutiu a crescente presença das chamadas cracolândias nas cidades brasileiras e as estratégias necessárias para o enfrentamento da dependência química. O debate foi motivado pelas ações recentes da Prefeitura e do Governo do Estado de São Paulo, que resultaram no esvaziamento de uma das principais cracolândias da capital paulista.
O vereador Leonardo Dias destacou que Maceió também enfrenta desafios semelhantes, citando a Praça Sinimbu, no Centro da cidade, como um dos pontos críticos onde pessoas em situação de rua se reúnem para o consumo de álcool e drogas. Dias anunciou que irá visitar São Paulo ainda este mês para conhecer de perto as ações adotadas e buscar soluções que possam ser aplicadas na capital alagoana.
“Estamos fazendo um trabalho na Praça Sinimbu para entender as dificuldades enfrentadas por essas pessoas. São Paulo tem adotado uma abordagem humana, que busca devolver autonomia aos dependentes. Aqui, em Maceió, tenho dialogado com o secretário de Saúde, Mourinha, sobre o planejamento necessário para conduzir esse trabalho”, afirmou o vereador.
Durante a sessão, o vereador Thiago Prado anunciou a criação do segundo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) em Maceió, ampliando as ações de enfrentamento à dependência química na cidade. Para ele, é fundamental o trabalho conjunto entre os governos municipal, estadual e federal.
“Precisamos enfrentar essa realidade com estratégia. São Paulo ainda tem desafios, mas a atuação integrada da segurança pública, da assistência social e da saúde tem mostrado resultados. Essa união de esforços é essencial para transformar realidades”, defendeu Prado.
A vereadora Teca Nelma aproveitou o anúncio para cobrar mais investimentos na área. Ela ressaltou que o Caps AD opera com orçamento limitado e pediu o redirecionamento de recursos no planejamento orçamentário do Município para o próximo ano, visando fortalecer os serviços de saúde e assistência social.
O debate reforça a urgência de políticas públicas eficazes, humanas e integradas para lidar com a complexa questão das cracolândias e da dependência química.