Caroline Dias Gonçalves, jovem brasileira de 19 anos que vive nos Estados Unidos há 12 anos, foi presa pelo ICE após ser parada por uma infração de trânsito no Colorado, enquanto dirigia para visitar amigos. Estudante de enfermagem na Universidade de Utah e bolsista por mérito, Caroline está detida desde 5 de junho em um centro de imigração, o que a impediu de celebrar o Dia dos Pais com a família e seguir sua rotina acadêmica. A prisão ocorreu em meio ao endurecimento das políticas migratórias sob o governo Trump, que tem ampliado a detenção de imigrantes, inclusive sem antecedentes criminais.
A família de Caroline, que pediu asilo nos EUA após sofrer violência no Brasil, ainda aguarda decisão sobre o processo migratório. O caso mobilizou amigos e a organização TheDream.US, que iniciou campanhas de arrecadação de fundos e um abaixo-assinado pedindo sua libertação. Caroline deve ter sua primeira audiência em 18 de junho, e a defesa espera que ela seja liberada mediante pagamento integral de fiança, o que representa alto custo para a família.
Segundo amigas, Caroline é bem adaptada à cultura americana, extrovertida e apaixonada por música country. No dia da prisão, falava com uma amiga por viva-voz e relatou estar sendo parada novamente, antes de desaparecer por horas. Depois, informou ter sido presa e pediu desculpas à família. Ela relata dificuldades na detenção, como a barreira do idioma e a alimentação inadequada, mas conta com o apoio de outras detidas.
A prisão gerou questionamentos legais, com o advogado alegando que a detenção pode ter sido inconstitucional, já que não houve mandado. Há suspeitas de cooperação irregular entre a polícia local e o ICE, o que levou o xerife do condado a abrir uma revisão administrativa. O caso expõe o impacto das políticas migratórias mais severas sobre imigrantes jovens e integrados à sociedade americana.