Após ser capturada pelas autoridades italianas, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de 45 anos, está presa no Instituto Penitenciário de Rebibbia, em Roma. A unidade é conhecida por sua superlotação e por já ter recebido visitas simbólicas, como a do papa Francisco, em 2024.
Considerada uma das maiores penitenciárias da Itália, Rebibbia ocupa uma área de 260 mil metros quadrados. O complexo é formado por três unidades destinadas a homens e uma feminina, onde Zambelli se encontra desde a quarta-feira (30/7).
A parlamentar, foragida da Justiça brasileira, foi presa na terça-feira (29/7) em um apartamento na capital italiana, onde vivia desde o início de junho. Antes de chegar à Itália, país do qual também é cidadã, Zambelli passou pelos Estados Unidos. A captura só foi possível graças a uma denúncia feita pelo deputado italiano Angelo Bonelli.
Zambelli é alvo de uma condenação de 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Apesar da prisão, ainda não há previsão sobre a extradição da parlamentar, o que pode levar anos. Ela aguarda, na penitenciária, a audiência de custódia marcada para esta sexta-feira (1º/8).
Além de sua estrutura robusta, Rebibbia ficou marcada em 2024 por uma visita do papa Francisco. Iniciando simbolicamente o Ano Jubilar, o pontífice lavou e beijou os pés de 12 detentos, entre eles, um brasileiro, em uma cerimônia realizada dentro do presídio. Com uma bacia de prata e uma toalha branca, o gesto repetiu a tradição cristã de humildade e reconciliação.
O ex-primeiro-ministro italiano Bettino Craxi também esteve detido em Rebibbia. Apesar da superlotação recorrente, a prisão desenvolve projetos sociais com os internos, acolhendo tanto presos condenados quanto aqueles ainda em julgamento.