Sob pressão do Supremo Tribunal Federal, a Câmara dos Deputados abriu oficialmente o processo que pode levar à cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a decisão do STF que condenou a parlamentar a 10 anos de prisão e à perda dos direitos políticos.
Zambelli foi sentenciada pela Primeira Turma do Supremo por envolvimento em ataques cibernéticos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A condenação inclui, além da pena de prisão, multa, inelegibilidade e perda do mandato — que agora depende da deliberação do plenário da Câmara.
Recuo estratégico e tramitação política
Inicialmente, Hugo Motta havia indicado que a Mesa Diretora poderia declarar a perda automática do mandato. No entanto, após pressão do PL, partido de Zambelli, ele reviu a posição e decidiu seguir o rito formal previsto no regimento da Casa.
O caso será analisado pela CCJ, onde a deputada terá até cinco sessões para se defender. Em seguida, a comissão terá outras cinco sessões para emitir parecer. A palavra final será do plenário da Câmara, onde são necessários 257 votos favoráveis à cassação.
Decisão do STF inaugura novo momento
A condenação de Zambelli é uma das mais simbólicas do Judiciário contra o núcleo duro do bolsonarismo. Caso o Congresso confirme a cassação, será um recado claro de que o Parlamento está disposto a acompanhar decisões do Supremo mesmo diante de pressões partidárias.