A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) confirmou, durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (26), que não há dúvidas sobre a autoria e a motivação da chacina que vitimou cinco pessoas no município de Estrela de Alagoas, no interior do estado. O principal suspeito, identificado pelo apelido de Cicinho, foi preso durante a madrugada nas proximidades da Serra das Pias, em Palmeira dos Índios, quando tentava fugir para fora do estado.
Segundo as investigações, os assassinatos foram motivados por uma crise de ciúmes. Cicinho teria invadido a residência de Maria Elizete do Carmo, onde estavam as vítimas, com o objetivo de buscar a esposa, que conseguiu sair do local e escapou ilesa. Durante o interrogatório, ele alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que foi atacado pelos homens que estavam na casa. No entanto, a versão foi descartada pela polícia, já que os corpos foram encontrados em cômodos distintos, o que indica que as vítimas foram surpreendidas e não reagiram em conjunto.
De acordo com o delegado João Paulo, da Delegacia de Homicídios da 5ª Região, com sede em Palmeira dos Índios, o suspeito confessou os crimes. As vítimas, quatro homens e uma mulher, foram mortas a facadas. Marcas de defesa nos braços sugerem que algumas delas tentaram resistir aos golpes. A polícia acredita que parte dos presentes estava dormindo no momento do ataque, e os demais estariam embriagados, já que o grupo bebia desde o dia anterior.
As vítimas foram identificadas como: José Rodrigues Machado Filho; Lice Souza da Silva, 53 anos; Maria Elizete do Carmo, 56 anos; João José da Silva, 56 anos; e José Carlos da Silva, 53 anos. Eles mantinham laços de amizade e parentesco, e frequentemente se reuniam na residência onde ocorreu o crime, localizada na zona rural do município.
A cena do crime foi descoberta por uma moradora que procurava o marido. Ao entrar na casa e encontrar dois corpos, ela correu até a residência de um parente e acionou a polícia. “Quando cheguei na residência, abri a porta e já vi duas vítimas caídas. Uma delas era o Lice. Porém, tinha mais gente morta na casa, nos outros quartos”, relatou Marcos da Silva, morador da região.
Cicinho, segundo a SSP, tinha um histórico de desentendimentos com algumas das vítimas e já havia ameaçado um primo da esposa, que também foi morto na chacina. A arma do crime, uma faca, foi descartada e ainda não foi localizada. A polícia informou ainda que uma das vítimas possuía um punhal, que também não foi encontrado no local.
O crime foi classificado como um caso isolado, sem indícios de envolvimento com tráfico de drogas ou organizações criminosas. Caso seja condenado, Cicinho pode pegar até 150 anos de prisão em regime fechado.