O confeiteiro político da semana é Renan Calheiros. O CEO do MDB, novamente com assento vip em Brasília, decidiu esquentar o forno pré-eleitoral ao reunir dezenas de prefeitos, na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Em um dos trechos de sua coletiva à imprensa, o experiente camaleão disse que a busca pela reeleição no Senado é o caminho natural e que Renan Filho havia informado ao presidente Lula que, em abril, precisaria se desincompatibilizar do Ministério dos Transportes para, provavelmente, ser candidato ao Governo de Alagoas. Com relação ao que ouvi de quem precisaria ouvir, sem revelar as fontes (embora claras aqui), farei três textos com base nas narrativas apuradas. Preste bem a atenção, porque desse bolo sairão dois senadores e um governador. E quem não mexer bem a massa pode ficar sem o bolo federal.
Parte 01 – Os ingredientes da receita de JHC para 2026
JHC é o grande nome da política de toda região metropolitana. Domina Maceió como nenhum outro, mas, eleitoralmente, o bolo da vitória, para o governo, depende dos ingredientes que vêm do Agreste, Sertão, Vales do Paraíba e Mundau, regiões Norte e Sul e do suporte de quem levará o eleitor até as urnas. Esse suporte ele ainda não tem. O que tem, de fato concreto, para 2026, é a opção de manter uma cadeira no Senado. Se JHC conseguir fazer da Dra Eudócia competitiva para o Senado, ele continuará prefeito. É uma afirmação minha. Segundo ponto: por que será que JHC não se posiciona com a afirmação de que um dos dois votos para o Senado será de Arthur Lira? Vale lembrar que o primeiro voto será dele (ou na mãe ou nele próprio) e não há nada de errado (politicamente falando) nesse posicionamento. Terceiro ponto: conhecendo JHC, ele só irá para o governo em duas situações: a primeira é a certeza da vitória (o que ele e nem um outro terá até o final do ano) e a segunda é que precisa continuar com uma vaga no Senado. É inegociável (qualquer um, do tamanho dele, pensaria e agiria assim). JHC está observando o jogo, mas com muito cuidado.
Parte 02 – Os ingredientes de Arthur Lira para 2026
Sem o mesmo poder NACIONAL de decisão, no comparativo com o processo pré-eleitoral de 2022, e com bases eleitorais minadas em Alagoas, o bolo do Senado para Arthur só dará certo se JHC disputar o Governo. Essa conta de ingredientes é simples. Diferente das três últimas tentativas frustradas (Benedito, em 2014; Collor, em 2018; e Rodrigo, em 2022, quando todos podiam perder e continuar nos mandatos, agora com JHC não é assim). Pior: em caso de derrota, seria JHC o grande perdedor (e isso o Cabra da Massa não parece ser). A receita de Arthur é simples, mas o custo-benefício é assustador. A principal dificuldade de Arthur é ter um candidato competitivo ao governo. Seguir no centro do poder em Brasília é o melhor caminho. Mas ele pode escolher avançar a cavalo (que precisa ser cuidado, porque está manco).
Parte 03 – Os ingredientes de Renan Filho para 2026
PRIMEIRO: Renan não disse, em NENHUM MOMENTO, que Renan Filho será candidato ao Governo. Disse que: PROVAVELMENTE. O segundo ponto é que, pelo tamanho e respeito que conquistou, quem tem que dizer se é candidato é o próprio. E eu o perguntei, agora há pouco. A resposta foi como imaginei e traduzirei, aqui, de maneira curta, porque ouvi uma aula de estratégia. Renan Filho diz que seu grupo o quer candidato, porque entende que ele é o melhor nome, tem a credibilidade do povo e já foi testado e aprovado. Disse, também, que afirmar, agora, ser candidato ao governo o atrapalharia nas ações como ministro (tem razão). A estratégia do MDB, com ou sem Renan Filho é semelhante. Renan Calheiros, os federais e estaduais não dependem dele candidato ao governo para o êxito nas urnas. Esta particularidade faz toda a diferença para o grupo opositor. A moral do fato novo da semana (transformado em fake news) é que ser governador está entre os planos de Renan Filho, que é diferente de ser O PLANO. Talvez, agora, seja simples (para os que não alcançam Renan, compreender a palavra PROVAVELMENTE.
Bolo mexido. Olho nos ingredientes e o apressado corre risco de comer cru.
Fonte – Blog do Wadson Regis