A tradicional festa junina de São Miguel dos Campos, conhecida por movimentar a cidade com música, danças e grande participação popular, foi oficialmente cancelada. O anúncio foi feito pela Prefeitura na noite da última segunda-feira (2), por meio das redes sociais. A medida atende a uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPAL) e busca redirecionar os recursos públicos para áreas consideradas prioritárias, como saúde, educação, assistência social e infraestrutura.
Mesmo reconhecendo a importância do evento para a cultura local e a economia — especialmente para comerciantes e artistas —, a administração municipal destacou a necessidade de adotar uma postura responsável frente ao atual cenário econômico. “Não podemos permitir a interrupção do transporte universitário para mais de 1.100 estudantes, nem a falta de cestas básicas para mais de 4 mil famílias em situação de vulnerabilidade”, afirmou a gestão em nota oficial, destacando que a decisão foi tomada com serenidade e foco no bem-estar coletivo.
O cancelamento do “São João é São Miguel” segue o exemplo de outros municípios alagoanos, como Satuba e Rio Largo, que também suspenderam seus eventos festivos diante de desafios financeiros e impactos causados pelas chuvas intensas que atingiram a região nas últimas semanas.
Em Satuba, o prefeito Diógenes Neto comunicou no dia 23 de maio que não haveria festas juninas nem comemorações pela emancipação política da cidade, marcada para agosto. Já em Rio Largo, a decisão foi tomada no dia 30, com o prefeito Carlos Gonçalves justificando que o foco da gestão, no momento, precisa ser o atendimento às famílias atingidas pelos temporais e a execução de ações emergenciais.
A medida adotada por São Miguel dos Campos, embora difícil, reflete um movimento crescente entre municípios que buscam equilibrar tradição e responsabilidade fiscal em tempos de crise.