Bruno Alexssander Souza Silva, mais conhecido como Buzeira nas redes sociais, foi preso nesta terça-feira (14) pela Polícia Federal, acusado de envolvimento em um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas. A prisão ocorre poucos meses após o influenciador ganhar notoriedade nacional por arrecadar cerca de R$ 10 milhões durante seu casamento, em uma polêmica brincadeira.
Durante a cerimônia com Hillary Yamashiro, realizada em São Paulo, Buzeira promoveu a tradicional “hora da gravata”, mas a dinâmica ganhou contornos polêmicos. Em vez de dinheiro, ele passou a recolher joias, relógios de luxo e correntes de ouro dos convidados, o que gerou forte reação negativa.
A revolta se intensificou quando convidados perceberam que os itens não seriam devolvidos. Muitos ficaram incomodados ao saber que Buzeira levou os objetos valiosos para casa, sem qualquer intenção de restituição após o fim da brincadeira.
Em suas redes sociais, o influenciador ironizou o episódio, afirmando que a festa era de “milionário” e que a “gravata” não seria convencional. “Tiveram alguns que a gente nem precisou pedir, já deram Rolex, granada, colar de ouro… Só o Hytalo que se trancou no banheiro e sumiu da festa”, disse Buzeira, rindo da situação.
O episódio da festa aconteceu em julho deste ano e, segundo o jornal Extra, a arrecadação da noite foi estimada em torno de R$ 10 milhões. Agora, Buzeira enfrenta sérias acusações e está no centro de uma investigação federal que pode revelar um esquema criminoso muito mais amplo do que aparentava nas redes sociais.
Operação da Polícia Federal
Nesta terça-feira (14), a Polícia Federal deflagrou a Operação Narco Bet, com o objetivo de desmantelar um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas. Entre os alvos da ação está o influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, que foi preso durante o cumprimento dos mandados.
A ofensiva é um desdobramento da Operação Narco Vela, que investigou o envio de grandes carregamentos de cocaína para a Europa, realizados por meio do transporte marítimo a partir da costa brasileira. As ações revelaram uma complexa rede criminosa que operava dentro e fora do país.
De acordo com as investigações, os envolvidos utilizavam sofisticadas estratégias de dissimulação financeira. O grupo movimentava grandes somas em criptomoedas, realizava remessas internacionais e usava empresas de fachada para esconder a origem ilícita dos recursos obtidos com o tráfico.
Uma parte significativa do dinheiro lavado teria sido direcionada para empresas do ramo de apostas eletrônicas — conhecidas como “Bets”. Esse setor foi utilizado como fachada para legitimar os ganhos do tráfico, dando ao dinheiro a aparência de recursos legais no sistema financeiro formal.
A operação também contou com apoio internacional. A Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA) participou do cumprimento de uma ordem de prisão em solo alemão, tendo como alvo um dos principais integrantes da quadrilha, responsável pela parte financeira do esquema criminoso.
Como agia o grupo?
Conforme informações da Polícia Federal, a organização criminosa operava de maneira estruturada e com atuação transnacional, utilizando múltiplas camadas financeiras para tornar mais difícil o rastreamento dos valores obtidos de forma ilícita.
A PF informou ainda que os suspeitos poderão ser responsabilizados pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Por se tratar de uma atuação que ultrapassa fronteiras nacionais, há previsão de aumento das penas.
Embora os nomes das casas de apostas envolvidas ainda não tenham sido divulgados oficialmente, as investigações indicam que parte das plataformas utilizadas no esquema operam legalmente no Brasil, por meio de licenças emitidas no exterior.