Na unidade prisional do Rio de Janeiro, o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, foi obrigado a remover a tinta vermelha do cabelo. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), essa medida é uma norma aplicada a todos os detentos.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou denúncia que foi aceita pela Justiça do Rio na última terça-feira (29), tornando o rapper Oruam e seu amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira réus por tentativa de homicídio contra policiais civis.
Durante uma ação policial em julho, agentes foram alvo de ataques com pedras lançadas por Oruam e seus amigos, uma das pedras pesava quase 5 kg e foi arremessada de uma altura de 4,5 metros. As investigações e a perícia concluíram que o episódio representou um risco concreto de morte aos policiais envolvidos.
Em contestação, a assessoria de imprensa de Oruam divulgou uma nota. Leia:
“É oportuno esclarecer que Oruam já havia sido alvo de denúncia anterior relacionada aos mesmos fatos, pela qual encontra-se atualmente preso, havendo sido considerada, inicialmente, a fragilidade das provas relativas ao tráfico de drogas e associação para o tráfico, tendo o MP optado por não acatar o indiciamento por esses crimes.
A tentativa de reclassificar a acusação como tentativa de homicídio parece uma manobra jurídica infundada, evidenciando uma perseguição de caráter pessoal e uma estratégia de criminalização midiática, sem respaldo consistente na prova.
Chama atenção também o fato de, diante da possibilidade de revogação de sua prisão preventiva, as autoridades terem tomado a iniciativa precipitada de decretar uma nova detenção baseada em alegações frágeis e artificiais. Tal atitude reforça uma narrativa de persecução, claramente motivada por interesses midiáticos e não por aspectos concretos e técnicos.
Cumpre destacar, com base nos depoimentos colhidos, especialmente do delegado Moisés e de outros policiais civis presentes, que em nenhum momento a integridade física dos agentes foi efetivamente colocada em risco. Ao contrário, as ações dos policiais demonstraram prudência, inclusive ao optarem por se retirarem, com o objetivo de evitar uma escalada de violência e preservar a própria segurança e a dos demais presentes.