O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou não temer possíveis retaliações internacionais após barrar a tentativa da oposição de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da minoria na Casa. A declaração foi dada ao portal Metrópoles nesta segunda-feira (23).
Segundo relatos, Eduardo Bolsonaro tem enviado recados a parlamentares, alertando que Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), poderiam ser alvo de sanções do governo Donald Trump, caso não avancem com pautas como a anistia e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O magistrado e sua esposa, Viviane Barci, já tiveram o visto americano cancelado e entraram na lista da Lei Magnitsky.
Em agosto, Motta já havia respondido sobre o tema, destacando que sua atuação não será guiada por “este ou aquele risco”.
“Nós temos que fazer o que é certo, o que é correto. Nada nos tirará desse foco. Tenho, portanto, muita tranquilidade quanto à minha atuação”, afirmou.
Manobra barrada
A estratégia para tentar evitar uma eventual cassação de Eduardo Bolsonaro por faltas foi anunciada pela atual líder da minoria, deputada Caroline de Toni (PL-SC). No entanto, Motta considerou a indicação incompatível com o Regimento Interno, alegando que seria tecnicamente inviável que Eduardo exerça a liderança residindo no exterior.
Diante da decisão, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a oposição vai recorrer. “Minha equipe de assessoria está trabalhando”, disse ao Metrópoles.